Hej,
Depois de 7 meses trabalhando, hoje, venho falar um pouco da minha
opinião sobre o clima na empresa e sobre como está sendo trabalhar em outro
país.
No escritório, o que mais me chamou atenção foi o silêncio (aliás, a
Suécia é bastante calma e silenciosa). Claro, que há conversas, ligações,
barulho de teclado digitando, mas mesmo assim, não é muito. Na empresa eu
trabalho, não há telefone fixo – aquele ramal que fica em cima da mesa –, todos
tem um celular que funciona como ramal e também como celular da empresa.
Acredito que isso ajude a diminuir bastante o barulho. Afinal, o celular está
geralmente num volume de toque mais baixo e está sempre com o responsável pela
linha/aparelho. Também está sendo interessante poder trabalhar em pé. Como
assim? Pois é, todas as mesas tem o sistema de regulagem, então, quando estou
cansada e ficar sentada ou mesmo quando há mais alguém na minha mesa para
fazermos algum trabalho em conjunto, consigo trabalhar em pé. Não vejo também
um serviço de limpeza frequente. Claro que há os responsáveis por recolher o
lixo, mas cada um arruma e limpa sua mesa.
Como já era esperado, o relacionamento com os colegas é construído de
forma bem lenta. Claro, que todos sempre recebem bem, mas isso não significa
ser amigo e participar de todas as conversas. No meu caso, a língua também é um
barreira. Como nem sempre eles estão afim de falar inglês, eu acabo ficando de
lado em algumas ocasiões. Mas, é claro, que isso não acontece quando o
estrangeiro é uma pessoa que tem um cargo maior na empresa. Afinal, o sueco não
é louco, não é mesmo. De qualquer forma, eu já aprendi a não contar um livro
sobre “Como foi meu final de semana”, pois como resposta, eu sempre recebo um
“O meu foi bom, nada de especial”. Ou seja, a pessoa não quer dividir a
intimidade, mesmo que de forma superficial. Para mim, é um pouco frustrante,
porque olho à minha volta e percebo que não conheço ninguém.
Na minha função, é muito tranquilo trabalhar usando somente a língua
inglesa. Tirando os momentos sociais (como: fika, almoços, jantares), eu nunca
fui demandada pela língua sueca. E isso tem um lado bom e um lado ruim. O lado
bom é que consigo praticar, aprender e desenvolver meu inglês. O lado ruim é que o meu sueco fica parado,
então a dedicação nos estudos precisa ser intensificada.
Além disso, sinto que a forma como os suecos lidam com o trabalho é um
tanto diferente. O trabalho é importante, mas ele trabalham para viver, e
jamais vivem para trabalhar. Se o sol está brilhando e o dia está quente, eles
saem do trabalho mais cedo para aproveitarem o dia. Se não estão passando bem,
eles ficam em casa para se recuperarem. Tudo sem crise e sem o chefe pensar que
é “corpo mole”, é simplesmente natural.
De modo geral, posso dizer que tem sido uma experiência incrível. Sinto
que posso fazer muitos planos de carreira. Já aprendi a não me importar tanto
quando não fazem questão da minha participação em algumas conversas (por conta
da língua). E aos poucos é aprender a levar uma rotina mais leve.
Vi ses sen!
Priscilla
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