sexta-feira, 8 de setembro de 2017

O clima de trabalho na empresa

Hej,

Depois de 7 meses trabalhando, hoje, venho falar um pouco da minha opinião sobre o clima na empresa e sobre como está sendo trabalhar em outro país.

No escritório, o que mais me chamou atenção foi o silêncio (aliás, a Suécia é bastante calma e silenciosa). Claro, que há conversas, ligações, barulho de teclado digitando, mas mesmo assim, não é muito. Na empresa eu trabalho, não há telefone fixo – aquele ramal que fica em cima da mesa –, todos tem um celular que funciona como ramal e também como celular da empresa. Acredito que isso ajude a diminuir bastante o barulho. Afinal, o celular está geralmente num volume de toque mais baixo e está sempre com o responsável pela linha/aparelho. Também está sendo interessante poder trabalhar em pé. Como assim? Pois é, todas as mesas tem o sistema de regulagem, então, quando estou cansada e ficar sentada ou mesmo quando há mais alguém na minha mesa para fazermos algum trabalho em conjunto, consigo trabalhar em pé. Não vejo também um serviço de limpeza frequente. Claro que há os responsáveis por recolher o lixo, mas cada um arruma e limpa sua mesa.

Como já era esperado, o relacionamento com os colegas é construído de forma bem lenta. Claro, que todos sempre recebem bem, mas isso não significa ser amigo e participar de todas as conversas. No meu caso, a língua também é um barreira. Como nem sempre eles estão afim de falar inglês, eu acabo ficando de lado em algumas ocasiões. Mas, é claro, que isso não acontece quando o estrangeiro é uma pessoa que tem um cargo maior na empresa. Afinal, o sueco não é louco, não é mesmo. De qualquer forma, eu já aprendi a não contar um livro sobre “Como foi meu final de semana”, pois como resposta, eu sempre recebo um “O meu foi bom, nada de especial”. Ou seja, a pessoa não quer dividir a intimidade, mesmo que de forma superficial. Para mim, é um pouco frustrante, porque olho à minha volta e percebo que não conheço ninguém.

Na minha função, é muito tranquilo trabalhar usando somente a língua inglesa. Tirando os momentos sociais (como: fika, almoços, jantares), eu nunca fui demandada pela língua sueca. E isso tem um lado bom e um lado ruim. O lado bom é que consigo praticar, aprender e desenvolver meu inglês.  O lado ruim é que o meu sueco fica parado, então a dedicação nos estudos precisa ser intensificada.

Além disso, sinto que a forma como os suecos lidam com o trabalho é um tanto diferente. O trabalho é importante, mas ele trabalham para viver, e jamais vivem para trabalhar. Se o sol está brilhando e o dia está quente, eles saem do trabalho mais cedo para aproveitarem o dia. Se não estão passando bem, eles ficam em casa para se recuperarem. Tudo sem crise e sem o chefe pensar que é “corpo mole”, é simplesmente natural.


De modo geral, posso dizer que tem sido uma experiência incrível. Sinto que posso fazer muitos planos de carreira. Já aprendi a não me importar tanto quando não fazem questão da minha participação em algumas conversas (por conta da língua). E aos poucos é aprender a levar uma rotina mais leve.

Vi ses sen!

Priscilla

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

A cultura do ”faça você mesmo”

Hej,

Depois de um tempo sem conseguir me dedicar ao meu Blog, hoje, consegui, finalmente, parar para escrever algo.

Resolvi falar sobre essa cultura sueca do “faça você mesmo”. Escolhi este tema, justamente, porque hoje sinto muito mais os efeitos dessa cultura em minha rotina.

E quando eu digo “faça você mesmo”, quer dizer: “faça TUDO você mesmo”.
E não quero dizer apenas sobre os móveis do IKEA, que já são famosos por virem desmontados e com o manual para nós mesmos montarmos.

No Brasil, estamos acostumados a ter diversos tipos de serviços, que facilitam muito nossa vida e que, de modo geral, tem preços acessíveis.
Na Suécia, alguns serviços são difíceis, pra não dizer raros, de se encontrar.

Agora, vou citar meus exemplos, que estão diretamente ligados à minha rotina.

Sempre trabalhei fora de casa e, por este motivo, sempre tive uma pessoa (uma anja da guarda) para me ajudar com os cuidados da casa. Pois bem, aqui, além de trabalhar fora, temos que fazer o trabalho da casa também. Ou seja, algumas horas de algum dia serão dedicadas à faxina! Isso não significa que este tipo de serviço não exista por aqui. Existe sim, mas há algumas considerações. Primeiro, o serviço oferecido é um pouco diferente. Cobra-se por horas de serviço e a faxina é no estilo sueco, ou seja, aspirador e sprays de limpeza. Confesso que para meus padrões, não é suficiente, então eu mesma a faço. Segundo, o valor é bem alto para estes serviços. É comum ouvir que os suecos contratam esporadicamente a limpeza. Aliás, serviço à parte, eles acham um absurdo o quanto de tempo gastamos para manter a casa limpa e organizada.

Aqui fica minha primeira reflexão: talvez eu também devesse rever meus valores e pensar em investir meu tempo no que realmente vale à pena.

Serviço de entrega nos restaurantes.
Como era bom pedir aquela pizza e esperar a entrega!!
Na minha cidade, não encontrei nenhuma pizzaria assim. Encontrei um serviço de delivery para sushi, apenas.
Sabe, aquele momento que não estamos a fim de cozinhar e queremos pedir algo? Pois é, nem sempre rola (pra não dizer quase nunca).
Além disso, como comer fora aqui pode ser bem custoso, a frequência diminui também.

E aqui fica minha segunda reflexão: será que este é um modelo que funciona aqui exatamente pela cultura de fazer tudo por si só? Eu mesma faço a comida ou eu mesma posso comprá-la pessoalmente?

Bem, fato é: muitas vezes me fico aborrecida com esse costume daqui, mesmo tenho a consciência de que sou eu que preciso me adequar, pois não estou no meu país.

Até a próxima!

Vi ses!


Priscilla

quarta-feira, 3 de maio de 2017

1 ano de Suécia


Hej!


Depois de algum tempo sem escrever por conta da correria da nova rotina de trabalho, hoje, resolvi parar tudo para refletir sobre este meu primeiro ano na Suécia.
Cerejeiras em Estocolmo
Foto: Arquivo Pessoal
Há um ano atrás, eu aterrissava em terras escandinavas sem saber direito o que me esperava e com o coração apertado por tudo o que ficou longe de mim.

Em resumo, um ano de muitas descobertas.

Descobri o quanto dói a distância; o quanto gostava da minha vida, da minha rotina, da minha casa.

No entanto, também descobri que sempre é tempo de redescobrir e recomeçar. Nada é fácil, mas se não dermos uma chance, não saímos do lugar.

Lembro-me bem de como minhas primeiras semanas foram difíceis. Certamente, eu não conseguia disfarçar (também acho que não tentei) a minha tristeza. Sim, eu estava triste por estar longe. Nem todo mundo faz uma mudança dessas e chega com pique total. Conhecer a cidade que eu moro e, até mesmo, Estocolmo foi catastrófico nos meus primeiros dias. E as fotos não negam: minha cara estava péssima.

Porém, tirando toda essa parte chata da minha introdução e da distância, tem sido uma grande experiência! Durante este período eu pude:

  • Aprender a lidar com minhas dificuldades;
  • Aprender a lidar com a distância;
  • Fazer novos amigos, que acabaram se tornando a minha família na Suécia;
  • Cozinhar pratos diferentes e testar receitas;
  • Conhecer culturas diferentes;
  • Iniciar meus estudos em uma língua diferente;
  • Saber quem são os meus amigos de verdade, afinal a distância mostra muita coisa;
  • Entender melhor os meus limites;
  • Conhecer a liberdade de ir e vir;
  • Conhecer a neve;
  • Aprender novas formas de falar, de me vestir;
  • Começar um trabalho diferente num país diferente.

Passou muito rápido. E com muito companheirismo, a gente segue firme e forte todos os dias, com todos os desafios que a vida vai nos proporcionando.

O saldo me parece positivo.

Certamente, eu faria tudo de novo. Talvez, mudasse algumas coisas ou a forma como algumas coisas aconteceram. Mas digo isso hoje por já ter tido a experiência, então fica fácil.

Expandir os horizontes é sempre incrível.

Valeu 1 ano, por tantas experiências e tanto aprendizado!

Vi ses!

Priscilla


quinta-feira, 23 de março de 2017

Meu primeiro emprego na Suécia

Hej!!

Hoje, vou contar minha saga para conseguir um trabalho fixo na Suécia.

Cada um tem sua experiência, seus objetivos, e eu vou contar qual foi a minha opção ao chegar aqui.

Antes de me mudar, escutei várias histórias de pessoas que vieram, de pessoas que passaram uma temporada. Saindo de SBC como professora de inglês e tendo um CV com 10 anos de experiência na indústria, eu escolhi tentar tudo aquilo que eu tenho experiência comprovada.

Não estava em meus planos ser babá, atendente de loja, trabalhar em lanchonete. Simplesmente, porque a essa altura de minha vida, eu já sei bem aquilo que gosto e não gosto de fazer. E trabalhar por trabalhar não era opção.

  • O dia em que decidi procurar emprego


Após 1 mês que estava aqui, um belo dia, acordei e decidi que queria mudar. A vida de acordar às 10h da manhã, definitivamente, não era o que eu queria. Queria arrumar um trabalho fora, procurar emprego. Entrei no YouTube, assisti alguns vídeos de brasileiros que moram na Suécia, peguei as dicas  e passei o dia todo em frente ao computador procurando um trabalho.

Meu foco foi procurar emprego na Agência Nacional de Empregos da Suécia, que se chama Arbetsformedlingen, nas grandes multinacionais que tem sedes/escritórios nas proximidades da cidade em que moro - como Scania e AstraZeneca -, e também usar as redes sociais de emprego.

Foram muitos dias de procura, muitos CVs enviados, muitas entrevistas, muitos NÃOs, até conseguir.

Às vezes, dava vontade de desistir. Às vezes, ficava cansada, chateada. Mas desistir, efetivamente, NUNCA.

  • Arrumando o CV e a Carta de Apresentação


Aqui, não adianta apenas enviar o CV. A grande maioria das empresas pede que se faça um cadastro online, e lá precisei colocar meu CV, uma carta de apresentação (mais conhecida como Cover Letter), e cópia dos meus certificados e diploma.

Então, quando decidi procurar trabalho, eu olhei as vagas, li como as vagas eram escritas, o vocabulário que se usava aqui, e havia chegado a hora de reescrever meu CV no "padrão sueco".

Como minha ideia era "atirar para todos os lados que minha experiência permitia", eu escrevi um CV para vagas em empresas e outro para vagas em escolas, assim como as apresentações.

Além disso, durante meu processo de me candidatar a vagas, fiz vários ajustes dependendo da vaga em questão.

  • A barreira


Minha grande barreira para começar a trabalhar logo foi o idioma.

Não foi 1, nem 2, nem 3 vezes, que me disseram que eu seria perfeita para a vaga, SE não fosse o fato de não falar sueco.

Foi então que eu decidir mergulhar de cabeça nos estudos de sueco e aprender o máximo que podia no menor tempo possível.

E parece que quando fazemos a escolha certa, as portas vão se abrindo.

  • Final feliz


Depois de 9 meses de Suécia, zilhões de horas em frente ao computador, outras muitas em sites de emprego e de empresas, outras muitas refazendo CV, enviar dezenas de CVs por dia, receber outras dezenas de emails que a vaga foi concluída, participar de entrevistas, estudar muito sueco, finalmente, chegou minha vez.

Nada é por acaso. Nada é fácil. Nada vem sem trabalho, sem suor.
Parece clichê, mas é verdade.


Meu primeiro dia de trabalho.
Foto: Arquivo Pessoal

Vi ses!

Priscilla

segunda-feira, 6 de março de 2017

Preparação e Vinda da Maggie!

Hej,

Como já mencionei em alguns posts aqui, vir para a Suécia sem nossa cachorrinha Maggie não fazia parte do plano, de forma alguma. 

No mês de Fevereiro, escrevi para o Brasileiras Pelo Mundo um artigo sobre "Como trazer seu cachorro para a Suécia". 

Escrevi cuidadosamente todo o processo de documentação no artigo (link aqui), então vou dedicar este espaço para contar minha experiência. 

Mudar de país não é uma tarefa fácil, ainda mais tendo uma filha peluda. O processo para conseguir toda a documentação necessária é demorado; encontrei dificuldade em obter informações corretas mas, no fim, deu tudo certo. No entanto, nada é desculpa para não tentar e não fazer.

Infelizmente, acabei me mudando antes da Maggie, minha filhota de 4 patas. Ela ainda precisou ficar no Brasil por mais 4 meses. Nossa pequena foi muito bem cuidada pelos meus pais. Obviamente, durante este tempo, nossos corações ficaram apertados, a saudade foi imensa, fizemos contagem regressiva, mas o dia do reencontro chegou.



Maggie curtindo a neve na Suécia
Foto: Arquivo Pessoal


A viagem
 
A grande maioria das companhias aéreas faz transporte de animais. No entanto, há diferenças no serviço. A Maggie viajou pela Lufthansa por 2 motivos: é a cia. aérea mais bem avaliada em questão de transporte de animais; ela disponibiliza um veterinário para examinar o animal na escala do voo, além de oferecer água e comida, se necessário.

O lugar dela foi reservado 2 meses antes e ainda pedi que a empresa aérea me enviasse uma nova reserva constando o transporte dela. Um dia antes do voo, liguei novamente para me certificar de que o lugar da minha cachorrinha estava reservado. O pagamento do bilhete dela foi feito após o check-in. 

Hoje, posso dizer que tivemos uma viagem tranquila. Mas voltando minhas memórias para o dia daquele voo, eu estava muito nervosa, com muito medo de que algo acontecesse com ela. Tê-la longe de meus olhos por tanto tempo me aterrorizou muito. Eu mal consegui comer e dormir durante o voo, mesmo sabendo que ela havia embarcado com segurança. Foi um momento de muita angústia. Quem tem um grande amor pelo seu filho peludo, certamente irá me compreender. 

Em todos os voos, fiz questão de falar com a tripulação sobre o transporte da Maggie e sempre fui muito bem atendida. Fiz minha escala em Frankfurt e, quando cheguei ao portão de embarque do meu voo para a Suécia, perguntei à funcionária da empresa aérea sobre a Maggie. Foi uma surpresa para mim que a atendente já soubesse do transporte dela e ela ligou prontamente para o veterinário, solicitando informações sobre o estado da minha peluda. Maggie chegou bem na Alemanha e na Suécia também. Ela foi examinada, a caixa de transporte estava limpa. Enfim, fiquei super satisfeita. 

Confesso que minha impressão era de que esta viagem não acabaria nunca. Meu voo de Frankfurt para Estocolmo, então, parecia levar uma eternidade. 

No fim, vê-la na caixa, em Estocolmo, esperando por mim tranquilamente foi um grande alívio. E não pude conter as lágrimas ao vê-la e ter a sensação de que finalmente ela estava de volta à família. 

Vi ses!
Priscilla



terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Meu primeiro problema nos olhos = Oftalmologista VS Oculista

Hej!!

Eis que tive meu primeiro problema de saúde na Suécia.

Nada muito grave, mas só por estar num país diferente e não saber nem por onde começar, tudo se potencializa!

O problema

Certo domingo de inverno, acordei e não consegui abrir os olhos. Que susto!
Fique por 2h fazendo compressa com soro fisiológico até conseguir abrir os olhos e enxergar algo.
Tive essa sensação ruim de secura dos olhos por alguns dias. Em seguida, comecei a perceber que não estava enxergando mais 100% com meus óculos atuais. Tentei me informar se era comum, por fim, resolvi ir ao médico.

A saga da consulta

Resolvi ligar no 1177, que é o telefone para marcar consultas médicas na Suécia. Relatei meu problema, e o atendente confirmou a minha necessidade de passar por um médico. 

No dia seguinte, liguei para a clínica oftalmológica que o atendente me indicou. Neste momento, fiquei sabendo que a fila de espera para uma consulta "avulsa" era de 3 meses. E que, para passar em consulta com urgência, eu precisaria de um encaminhamento médico.

Naquele dia, então, fui até o hospital, passei pela médica. A mesma pediu que eu continuasse fazendo compressa com soro e que ela faria meu encaminhamento, apesar de que não apresentar sintomas de infecção nos olhos. Ela me disse que eu deveria aguardar uma ligação da clínica, que agendaria com o médico (ligação que nunca aconteceu). Ela também me orientou a procurar uma ótica, para verificar a questão do grau.

(Foto: Arquivo pessoal)

Oculista VS Oftalmologista

Foi então que, mesmo me sentindo contrariada por não ter conseguido o que queria no hospital, marquei uma consulta na ótica. 
Lá, fui atendida por uma oculista, e foi então que entendi como funciona o tratamento dos olhos na Suécia.
Aqui, oftalmologistas cuidam de doenças dos olhos. Quando o problema não é uma doença, quem cuida é o Oculista.
A oculista que me atendeu foi ótima. Fiz exames que nem sabia que existiam: com letras, com cores, com múltiplas imagens, exame de lágrima, de córnea, tudo na hora, com a aparelhagem toda disponível na ótica.

Resultado da Consulta

Bem, meu problema é desidratação. De acordo com a Oculista que me atendeu, a Suécia é um país extremamente seco, e esta secura piora muito nos meses de frio, chegando a patamares de apenas 20% de umidade. Por isso, é comum o ressecamento dos olhos, do nariz (que pode causar sangramento), da pele em geral.

Meu caso foi extremo. Uma desidratação que chegou a afetar por 2x o grau dos meus óculos, que pegou um pouco da minha córnea, e que vai fazer com que eu não possa utilizar lentes de contato por um bom tempo.

Tratamento

Meu tratamento é:
- Pingar um colírio que não tem conservantes artificiais, ao menos 3x por dia;
- Usar um colírio em gel antes de dormir;
- Comprei um umidificador para a casa, que fica sempre ligado comigo, e carrego dependendo do cômodo que estou;
- Tomar Ômega 3 e 6;
- Não usar lentes de contato.


Custo


Para quem gosta de números, aqui vai o quanto custou aproximadamente minha saga dos olhos:


Consulta no Hospital: SEK 400
Consulta na ótica: SEK 350
Colírio em gel: SEK 120
Colírio sem conservantes: SEK 170
Pílulas de Ômega 3 e 6: SEK 500
Óculos novos (armação + lentes): SEK 2000
Total = SEK 3.540 (aprox. R$ 1.270,00)

Minha conclusão é: a gente nunca sabe ao certo o que nos espera num país diferente. Eu nunca imaginei que pudesse um dia sofrer de desidratação nos olhos.

Vi ses!

Priscilla

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Alla hjärtans dag! (ou Dia dos Namorados)

Hej!

Hoje é Alla Hjärtans Dag, ao pé da letra: Dia de Todos os Corações, ou seja, algo similar ao nosso Dia dos Namorados.


Digo similar, porque aqui eles celebram todo tipo de sentimento em relação a alguém. Não necessariamente namorados. E também é celebrado no dia de São Valentim (conhecido pelo Valentine's Day - americano).

Fui surpreendida por pouquíssimos anúncios, promoções, propagandas. Um apelo quase ZERO ao consumo. No centro da cidade, pude observar muitas lojas comercializando flores, chocolates, balas, pirulitos, usando ao máximo o formato de coração. Na TV, não vi nada. Encontrei algumas promoções no supermercado, também ligadas a flores, chocolates, alguns artigos de decoração (como velas, porcelanas, etc.) em formatos de coração ou decorados. Na internet, vi um pouco mais de anúncios das lojas, como joalherias, restaurantes (com pratos e preços especiais), lingeries. 

Sobre os presentes, minhas observações são:
  • Flores: principalmente tulipas.
  • Chocolates: Caixas em formato de coração ou bombons em formato de coração
  • Balas: balas de goma especiais em formato de coração e com sabor de framboesa, pirulitos em formato de coração.

Enfim, muito diferente para mim. Se eu não tivesse recebido os jornais dos mercados, talvez esta data tivesse até passado despercebida.

Vi ses!

Priscilla

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Lavanderia Comunitária: Como lavar a roupa na Suécia

Hej!

Como alguém que dá valor a suas coisas, afinal a gente consegue tudo, nesta vida, com muito trabalho, logo pensei o que seria de mim na Suécia sem minha maravilhosa lava-seca, pois, por causa da voltagem, não pude trazê-la comigo. Logo pensei que minhas roupas virariam um trapo aqui com essa tal de lavanderia comunitária.

Mas, como assim lavanderia comunitária?

Pois é, dentro dos apartamentos, não há um cômodo para lavanderia, pois os prédios possuem um sistema de lavanderia comum. A lavanderia fica, geralmente, no térreo do prédio. Dentro dela, há máquinas de lavar e secar. No meu prédio, além disso, já uma sala de secagem, em que possuem "varais", e ligamos o sistema de aquecimento da sala, para secar as roupas.

Lavanderia
(Foto: Arquivo Pessoal)
Confesso que a primeira vez que pus meus pés na lavanderia do meu prédio, tive vontade de sair correndo. O lugar não é bonito, é um pouco escuro, mas é eficiente. Ainda bem que é eficiente. Tenho aqui 2 máquinas de lavar e uma de secar ao meu dispor, além de um tanque, uma máquina de dobrar lençol, uma bancada, prateleiras. Elas são todas ótimas, não pegam pelos. O quarto de secagem é uma maravilha! A roupa seca rapidinho, já sai de lá esticadinha. Se eu dobrar na hora, nem preciso passar a roupa. Um trabalho a menos, né!

Sala - Secadora
(Foto: Arquivo Pessoal)
Há regras para uso da lavanderia. Aqui, as regras são:
- Cada apartamento pode utilizar a lavanderia apenas 1x por semana;
- Deve-se fazer o agendamento na semana em que irá usar, portanto, nada de querer deixar agendado para o mês todo;
- 10 min de tolerância para atrasos. Caso contrário, fica liberada para uso de outro morador;
- Não deixar lixo de embalagens dos produtos utilizados para lavar roupas;
- Deixar as máquinas limpas;
- Limpar o filtro da máquina de secar, caso utilize;
- Respeitar os horários/períodos.

Mas, como nem tudo são flores, sempre tem alguém que se atrapalha em cumprir as regras, os horários, que esquece de agendar, que não tira as roupas da lavanderia a tempo, que joga embalagens no lixo da lavanderia (que não pode).
O que posso dizer sobre isso é: acontece nas melhores famílias! :) 
Faz parte, mas não pode ser rotina. E, caso aconteça muito, bilhetinhos chamando a atenção começam a aparecer.
Eu mesma já usei 1x em dia errado. Por sorte, não havia ninguém agendado, mas eu me confundi nas datas. Uma outra vez, calculei errado o tempo de máquina e utilizei 30 min do horário da pessoa seguinte - que, por sorte, era uma moça muito simpática e não reclamou, apenas estendeu o horário dela e utilizou a outra máquina que estava disponível.

Caso queira, é possível instalar uma máquina de lavar em casa. No entanto, geralmente, ela deve ficar no banheiro e, então, será preciso improvisar varais de chão ou no teto do banheiro.

Definitivamente, eu curti muito a lavanderia comunitária. O apartamento fica maior, afinal não há cômodo para lavanderia, fica mais organizado. Eu, que um dia pensei em comprar uma lavadora por achar a lavanderia feia e escura, nem penso em ter a máquina em casa.

Claro, é preciso se adequar, estabelecer uma rotina. Mas é o tipo de coisa que faz parte quando se muda para outro país.

Vi ses!

Priscilla

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Falar inglês é suficiente? (BPM)

Hej,

No mês de janeiro/2017, escrevi um artigo (link aqui) para o Brasileiras Pelo Mundo, que fala sobre vir para a Suécia e falar apenas inglês.

Vou contar aqui minha experiência a respeito deste assunto.

Antes de me mudar para a Suécia, li muitos artigos, conversei com várias pessoas e, apesar de saber que a língua daqui é o sueco, vim para cá tranquila, achando que levaria um vida normal falando apenas inglês.

Engano meu!

Quando o assunto é visitar lugares turísticos, realmente não há muita preocupação quanto ao idioma, mas morar aqui não é viver o turismo.

Todas as placas de trânsito e avisos, jornais, canais de TV, comida, utensílios para casa, produtos de limpeza, roupas, ou seja, tudo está escrito em sueco, claro. Então, ao chegar aqui, os aplicativos tradutores viraram meus melhores amigos. Além disso, conseguir um emprego vira um tarefa árdua, que exigirá muita persistência e força de vontade, pois quem não fala sueco está sempre um passo atrás de quem fala.

A grande maioria da população fala inglês, mas isso não significa 100% e também não significa que todos são fluentes. Por isso, é preciso tomar cuidado ao ficar acomodado na língua inglesa num país que se fala sueco.

Livros para estudo de língua sueca
Foto: Arquivo Pessoal
A língua é a essência de um povo, e não só uma forma de comunicação. Portanto, para viver aqui e poder compreender mais sobre a cultura deste povo e se socializar mais, o idioma é a chave.

Assusta um pouco chegar aqui e ver o quanto aprender uma nova língua é essencial para uma vida normal no país. Então, minha dica para quem pensa em vir para a Suécia é: comece a estudar sueco assim que chegar, porque o inglês NÃO é suficiente.

Vi ses!

Priscilla

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Sendo minha melhor amiga

Hej,

Quando mudamos de país, abrimos mão de muita coisa: família, amigos, trabalhos, rotina.

Algo importante que essa mudança me proporcionou foi poder me conhecer melhor, pensar mais em mim mesma, ser minha melhor companhia.

Mariefred
(Foto: Arquivo pessoal)
Com meu marido trabalhando e eu em casa o dia todo, não me faltam oportunidades de pensar, criar, fazer acontecer. Uma coisa é certa, não se pode dar espaço para a tristeza, a depressão, a dor da saudade. A vida segue e temos que ir para frente e pensar no futuro.

Quando cheguei aqui, não pude começar as aulas de sueco, pois precisava esperar passar as férias de verão. Então, fiquei 3 meses sem ter algo concreto para me dedicar. 

Aproveito sempre para andar pela cidade, ler, escrever.

Aproveito vários momentos para pensar nas coisas que eu quero e, claro, deixar claro para mim mesma as coisas que eu não quero.

Aqui, com o culto menor à vaidade excessiva, aprendi que não preciso ficar maquiada o tempo todo. Aprendi a gostar me mim mesma, usando apenas um hidratante facial e outro labial.

A gente se descobre muito, mas para isso, precisamos dar chance aos bons pensamentos e ter muita perseverança.

Vi ses!

Priscilla

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Aprendendo a cozinhar de verdade!

Hej!

Hoje, quero contar sobre uma das coisas que morar na Suécia tem me proporcionado: cozinhar.

Logo que cheguei aqui, uma grande preocupação era a culinária. Não sabia quais ingredientes encontraria (uma vez que muito se falava sobre a falta de vários itens aqui). E como adoro comer, logo pensei que poderia passar aperto. Engano meu! Ufa!

Não que eu cozinhasse maravilhas no Brasil, mas hoje tenho vários motivos para cozinhar mais e melhor.

Foto: Arquivo Pessoal

1 - Tenho mais tempo livre. Minha rotina, enquanto um trabalho fixo não chega, é cuidar dos afazeres domésticos, da minha filha peluda Maggie e estudar sueco. Dessa forma, tenho um pouco mais de tempo para me dedicar em aprender a fazer delícias, testar e me arriscar mais na cozinha.

2 - Minha mãe não está por perto. D. Fátima é uma cozinheira de mão cheia e, além disso, ama cozinhar. Enquanto estava no Brasil, muitas vezes era só falar o que eu estava com vontade de comer e ela logo fazia. Amor de mãe né! S2

3 - Os dotes culinários vão aparecendo. Dizem que "filho de peixe, peixinho é", então, a cada receita testada que dá certo, ganho mais motivação para continuar fazendo comidinhas diferentes e, principalmente, comidas brasileiras.

4 - Não dá para ficar no básico. Comer todo dia o mesmo tipo de comida é algo complicado para mim. Eu adoro comer pratos diferentes, então, o jeito é testar tudo o que se vê!

5 - Nem sempre se está afim de comer fora. Comer fora aqui, além de ser caro, não é garantia de comer bem. Além disso, tenho muito mais prazer em comer uma comidinha caseira.

Por isso que estou curtindo essa vida de "ter de se virar".

Vi ses!

Priscilla

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Feriado "Tretondedag Jul"

Hej!!

Estou aqui para contar que hoje é feriado na Suécia! Eba!

O feriado se chama Epifania, Epiphany ou Tretondedag Jul. Trata-se do 13º dia após o Natal. 

É um feriado cristão, que celebra o dia em que os Três Reis Magos visitaram o menino Jesus, e também é o dia em que São João batizou Jesus.


É um dia em que muitas pessoas vão à igreja, crianças se vestem de Reis Magos, desmontam as árvores e decorações de Natal.

Aqui na Suécia, este é um dos feriados mais antigos, sendo celebrado desde o século II,

Curiosamente, mais uma celebração religiosa na Suécia, que é tão conhecida por não ter apelo nem foco em religião. Grande parte dos suecos se dizem pagãos. 

Os feriados de cunho religioso sempre reacendem discussões na Suécia, muitos gostariam que fossem facultativos. muitos não querem celebrações religiosas, então, podemos encontrar várias matérias nos jornais com diversos pontos de vista. Fato é que a celebração continua firme e forte. E, independentemente da religião, os suecos adoram feriados, pois logo fazem seus planos para viajar e, muitas vezes, fugir um pouco do frio.

Vi ses!

Priscilla

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Suécia – A família real que tem um toque de Brasil (BPM)

Hej,

No mês de Dezembro/16, escrevi um artigo para o BPM, contando um pouco sobre a Família Real Sueca. Leia a matéria na íntegra, que tem muito mais detalhes e informações, clicando aqui.

Entre grandes aventuras vikings, deuses nórdicos e bolinhos de canela (kanelbulle), a Suécia tem também como uma de suas grandes referências a família real.
Para quem mora na Suécia, quer visitar o país ou simplesmente gosta das histórias deste povo nórdico, conhecer um pouco sobre a família real é algo muito importante, uma vez que a família real representa a Suécia e os suecos. Dessa forma, como todo sueco, eles também prezam pela discrição. Entre amor e ódio, há muitas correntes, blogs, páginas de Internet e grupos em redes sociais que defendem a extinção da família real na Suécia; afinal, em cifras, são aproximadamente SEK 65 milhões anuais destinados a tudo o que envolve manter a família como representante da Suécia.
Palácio de Drottningholm
(Foto: Arquivo Pessoal)
A família real é formada pelo Rei Carlos e pela Rainha Sílvia e é uma típica família sueca. Sem participações em escândalos, é possível encontrar os diversos integrantes desta família exercendo seus papéis como engajadores sociais, participando de missões em campos de refugiados e workshops sobre a atual situação de imigrantes na Suécia, ou em jantares beneficentes. A família toda também é constantemente flagrada por paparazzi de plantão em atividades rotineiras como buscar os filhos na escola, fazer compras, dirigir - e não, os carros não são com vidros escuros, também não andam cheios de escolta e motorista são eles mesmos -, ou até mesmo levando os cachorros para passear e recolhendo seus dejetos.

Rainha Sílvia – um toque de Brasil
O que torna a família real sueca de interesse para muitos brasileiros é o fato de a rainha Sílvia ter ascendência brasileira.
Nascida em 23 de dezembro de 1943, na cidade de Heidelberg, Alemanha, ela é filha do alemão Walther Sommerlath e da brasileira Alice Soares de Toledo. Sua mãe era descendente direta do rei Afonso III de Portugal. Casou-se com seu pai, um grande empresário da época, e logo se mudaram para a Alemanha, onde todos os filhos do casal nasceram. Entretanto, entre os anos de 1947 a 1957 a família morou em São Paulo, por conta do trabalho do pai da rainha; inclusive os filhos do casal chegaram a estudar em escola da capital paulista. Já de volta à Alemanha, Sílvia cresceu, estudou e trabalhou. Ela é graduada em Interpretação, com especialização na língua espanhola.
Amante das Letras, a rainha Sílvia fala nada menos do que seis línguas: sueco, alemão, espanhol, português, francês e inglês, além de ter fluência em libras, a linguagem utilizada pelos portadores de necessidades auditivas especiais.
Reconhecida, principalmente, pela sua simpatia como rainha, Silvia tem muitas atividades que exerce não apenas como cumprimento de seu papel de rainha, mas também como seu papel na sociedade. Assim, a rainha Sílvia é fundadora e participante ativa de projetos sociais como, por exemplo, o “World Childhood Foundation”, uma fundação em prol dos direitos da infância. Hoje esta organização tem como foco o combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes pelo mundo. No entanto, cuida também de temas como a pobreza. Esta instituição já distribuiu mais de 40 milhões de dólares através de diversos projetos apoiados pelas 16 nações que são atendidas por seus mais de 100 programas.
Vi ses!!

Priscilla