De repente: Suécia!

Hej!

Como eu vim parar aqui?

Hoje, quero contar um pouco de como viemos para a Suécia e como foi nosso processo de decisão e vinda para cá, nossas dúvidas, nossos sentimentos.

Então vamos lá!

     1 - De repente: Suécia!

Sim! Foi de repente!

Não! Não estávamos loucos para sair do Brasil, fugir da crise econômica, política, e afins.

Meu esposo teve uma grande oportunidade de trabalho aqui.
A Suécia tem recrutado muitos estrangeiros para trabalhar, principalmente, nas áreas de Tecnologia da Informação e Engenharias. E assim, viemos parar em Södertälje.

Não foi tão fácil quanto parece a decisão de mudar. Além das inúmeras contas, para saber como nos manter por aqui, também me fiz várias perguntas. Como por exemplo:

- Será que vou conseguir ficar longe da minha família? Serei forte o suficiente para isso?
- Abrir mão da vida profissional para vir com meu marido e recomeçar? Será que estou disposta a recomeçar? Que tipo de trabalho irei conseguir?

- Será que falar inglês é mesmo suficiente para me comunicar?

- Conseguirei fazer amigos por lá? Afinal, dizem que os suecos evitam contato e demoraram bastante para te considerar um amigo.

Bem, depois de várias conversas, chegamos à conclusão de que certas oportunidades não batem 2x na porta. Então, cabia a nós tentar. Afinal, há sempre um lugar para onde voltar, caso não dê certo.

E, por isso, estamos aqui!!

     2 - Deu certo, e agora?

Este foi o segundo estágio.

Tudo certo nas entrevistas, nos formulários, nas documentações. Agora, só esperar 5 semanas para termos a aprovação da nossa "Permissão de Trabalho e Residência". E então, começou nossa contagem regressiva (ou não).

E o sentimento que me bateu foi de desespero. "Será que quero ir mesmo?"; "E minha mãe?"; "E meu pai?"; "E minha irmã?"; "E meu trabalho?"; mas, principalmente, "E a Maggie?".

Maggie - minha filhota linda de 4 patas. Que aliás, minha mudança só se daria se ela viesse junto. E isso foi exigência! :)
E também foi neste momento que iniciamos todo o processo de vacinação e documentação da Maggie. Pois ela ainda teria de ficar no Brasil por 3 meses após nossa partida.

Sem contar o sentimento de nostalgia antecipada me pagava em vários momentos da minha vida. Cheguei a passar por ruas e pensar que eu demoraria muito para passar por lá novamente. Comer as coisas que eu gostava, pois sabe-se lá quando comeria de novo! Fazer muitas reuniões de família, muitas despedidas com os amigos! E um turbilhão de sentimentos te enche a alma. 

Felicidade com a oportunidade + Tristeza pela partida = CONFUSÃO!

Foi aí que fui pega pela pergunta: "Será que serei feliz?".

Mas, acredito que vivemos para responder esta pergunta.

     3 - A última semana

Última e pior!

Eu queria ficar perto de todos, mas eram tantos compromissos e tanta coisa para organizar, que me senti devendo. E acabei indo embora sem me despedir de algumas pessoas que queria.

Meus alunos! Meu trabalho!

Senti o quanto eu havia me apegado, o quanto eu gostava de tudo. E tinha certeza de que sentiria falta. Torci muito (e continuo torcendo) para não perder o contato com pessoas tão queridas que conheci, que trabalhei, que dividi. Pessoas que contribuíram para que eu fosse uma pessoa melhor e uma profissional melhor.

     4 - Chegou o dia

Bem, agora não há muito o que fazer.

Conferir tudo, me despedir da casa, e ir para o aeroporto. Lá, tomar um café brasileiro, me despedir da família, chorar litros e mais litros, e partir, pensando num futuro melhor e em tudo o que viria.

O que posso dizer hoje é que estou bem! Estou descobrindo um mundo novo, testando meus limites.

Saudade? É algo que vive em mim.
Mas eu e a saudade fizemos um acordo e estamos aprendendo a viver em paz.

Priscilla